domingo, 11 de novembro de 2012

- SEMANA DA NORMALISTA História da Escola Normal Carmela Dutra - Ontem e Hoje

Mural - Semana da Normalista: 
História da Escola Normal Carmela Dutra - Ontem e Hoje

Grupos: 5 e 6
Tema: História do Carmela 
Objetivo: Conhecer a história do colégio. 
Traçar um paralelo do Carmela do passado e o de hoje.
Reconhecer seus avanços e mudanças.



Pesquisa


Carmela Dutra – "Uma escola que forma e informa em forma de amor"

O Colégio Estadual Carmela Dutra está atualmente situado no subúrbio de Madureira, na região da zona norte do Rio de Janeiro, onde o curso de Formação de professores é o mais procurado da região e do estado.
A “Escola Carmela Dutra”, como é carinhosamente conhecida e denominada por todos, até hoje, foi criada pelo decreto nº 8546, de 22 de junho de 1946, quando tinha, como Presidente da República o general Eurico Gaspar Dutra. Foi criada com o nome de Escola Normal Carmela Dutra (ENCD). Em 1973 passou a ser denominada de Centro Interescolar de Educação e Comunicação Carmela Dutra (CIECCD). Em 1974 passou a denominar-se de Centro Interescolar Carmela Dutra (CICD). Em 1982 tomou oficialmente a denominação de Colégio Estadual Carmela Dutra.
A patronesse da Escola Normal Carmela Dutra, Dona Carmela Dutra, era professora da então Prefeitura do Distrito Federal , tendo sido professora e vice-diretora do atual Colégio Estadual Orsina da Fonseca e casada com o então Presidente da República. Seu nome foi dado à instituição por ter-se destacado em vida por três qualidades até hoje mencionadas na escola: a religiosidade, o espírito progressista e a bondade. Esta última lhe valeu o cognome de “D. Santinha”. A Escola Normal Carmela Dutra surge no mesmo ano da Lei Orgânica do Ensino Normal, promulgada em 2 de janeiro de 1946. essa lei fixou as normas que deveriam orientar qualquer ensino normal no território nacional. A partir dela, as
diretrizes para o ensino normal seriam centralizadas pelo governo federal:
“Promover a formação do pessoal docente necessário às escolas primárias; Habilitar administradores escolares destinados às mesmas escolas; Desenvolver e propagar os conhecimentos e técnicas relativas à educação da infãncia.”
A Escola Normal Carmela Dutra começa a funcionar no início de 1947, em Madureira, no número 31 da Avenida Ministro Edgard Romero. A ENCD ficou como anexo do Instituto de Educação da rede oficial do antigo Distrito Federal até a data de 31 de julho de 1953, quando obteve sua autonomia. Até 1982 a Escola contou com a administração de doze diretores. Da primeira direção, em 1947 até os dias atuais a ENCD contou com a administração de vinte e três diferentes diretores. Há que se ressaltar que, só a partir de 1987, “... a direção passou a ser escolhida por eleição direta entre os membros que constituem a grande família Carmelita: alunos, professores, funcionários e pais de alunos”.
Em dezembro de 1949 ocorreu no Teatro Municipal a festa de formatura da primeira turma de professorandos da ENCD: vinte e oito moças e dois rapazes. A partir de 6 de março de 1967 a sede da ENCD foi transferida para o número 491 da mesma avenida, onde permanece até hoje. O seu primeiro curso ginasial foi extinto em 1962, voltando a funcionar em agosto de 1967 para ser novamente extinto em 1971. A ENCD passou a funcionar, experimentalmente, em 1973 com outros cursos além do ginasial e Formação de Professores de 1º Grau, de 1ª a 4ª séries, passando a ser denominada Centro Interescolar de Educação e Comunicação Carmela Dutra (CIECCD). A partir de 1974, a Escola passou à denominação de Centro Interescolar Carmela Dutra (CICD) iniciando, nesse ano, o Curso de Estudos Adicionais.
Em 1975, o colégio possuía uma escola de demonstração, a escola da rede oficial de 1º Grau Astolfo de Rezende, onde os professorandos podiam “observar a aplicação de bons métodos e técnicas de ensino”.Em 1982, tomou oficialmente a denominação de Colégio Estadual Carmela Dutra (CECD) como parte do plano de homogeneização de nomenclaturas da SEE para os estabelecimentos do então 2º Grau da rede oficial de ensino do Estado do Rio de Janeiro.
A década de 80 foi marcada na instituição por muitas mudanças administrativas. O cargo de diretor da instituição passou a ser feito por indicação do governo do estado que havia então assumido. A escola “inchou”, chegando a ter 750 professores e a maioria com carga horária reduzida. No final da década de 80, o CECD estava com um grande contingente de turmas. No ano de 1987 foram organizadas cinqüenta turmas, obrigando a SEE a alugar outro colégio para abrigar o número excessivo de alunos. Em 1989 essa experiência foi encerrada pelos problemas ocorridos de falta de integração entre o Anexo e o CECD. Esse fato mostrou uma certa “tendência” nessa década da revalorização do magistério, movimento este que, na década de 80, surgiu para contrapor os efeitos que a Lei 5692/71 havia trazido para as Escolas Normais. Começaram a surgir, então, movimentos gerais de mobilização de professores e alunos para a reformulação dos cursos de Formação de Professores.
Segundo Martins (1996), esse movimento e esforço empreendidos não chegaram a atingir de modo significativo os Cursos de Formação de professores para o ensino básico. Nos anos 90, esses cursos se desconfiguraram e a profissão “professor” tornouse profundamente desvalorizada. Em contrapartida, e a partir daí, o Colégio Estadual Carmela Dutra conseguiu superar suas deficiências na área administrativa, principalmente. Essas deficiências, no final da década de 80, eram devidas ao fato de na direção do colégio não haver mais pedagogos. Nas entrevistas feitas com professores dessa época, todos apontaram as dificuldades do colégio na época como decorrente de indicações políticas de técnicos para o cargo de direção do colégio. A partir da 1ª eleição de diretor para o Colégio, iniciou-se a retomada dos objetivos do Colégio, como uma escola de formação de professores. Iniciou-se o prestígio social e projeção na mídia quando, em 1991 o Colégio Estadual Carmela Dutra acabou sendo notícia donotícia do Jornal do Brasil (24/10/1991) quando então foi publicado que :
"Apesar dos baixos salários dos professores, da falta de laboratórios bem equipados e de boas bibliotecas ... o Carmela Dutra de Madureira, apresentou um desempenho razoável no último vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), superando tradicionais colégios particulares como o São Vicente de Paula, do Cosme Velho e o Anglo Americano, de Botafogo. ... E o mais interessante é que este colégio estadual é uma escola de formação de professores que prepara normalistas sem nenhuma pretensão de treinar vestibulandos..."
Diante do cenário caótico das escolas públicas de ensino na década de 90 – falta de professores, merenda escolar, material didático, pouca infra-estrutura e principalmente, escassez de verbas – o Colégio Estadual Carmela Dutra sobreviveu nessa data a esses retrocessos com quase 3000 (apenas 30 homens) alunos matriculados e se distinguindo das demais escolas nesta última década, não pelo que ensina, mas pelo que tem aprendido de uma realidade difícil que passou a enfrentar no início da década de 90: a quantidade de alunas grávidas nas salas de aula. A Escola Normal Carmela Dutra optou por enfrentar este problema, que já é nacional, sem esperar providências da administração pública. O seu atual diretor prof. Geraldo Ribeiro, na instituição desde 1976 e como diretor eleito desde 1991, diante do crescente número de casos de meninas que ficavam grávidas e optavam por abandonar os estudos, resolveu montar uma creche em 1995 para os filhos das alunas professorandas, com recursos próprios, visto que as autoridades do estado e a própria
SEE se abstiveram de qualquer ação no sentido de resolver a situação. Com o dinheiro de rifas, festas, bailes de calouros, venda de canecas da escola com emblemas, com a ajuda de pais, da comunidade e comércio da redondeza, conseguiram construir a Creche Fada Joaninha que começou atendendo aos filhos das normalistas e também aos filhos de funcionárias da escola. Assim, a escola montou o Maternal e acabou por construir outra unidade, ao lado do pátio, onde funciona o Carmelinha.
A SEE passou a subsidiar uma parte dos recursos financeiros que mantêm a Creche Fada Joaninha e o Carmelinha. Funcionava todos os dias da semana, de manhã e à tarde, e as crianças permaneciam na escola somente durante o tempo em que as mães estavam em aula. Duas vezes por semana, quando o estágio era realizado, elas ficavam o dia inteiro. A creche contava com quase 400 alunos e 22 professores.
Atualmente é considerada como instituição modelo e foi a única escola de Formação de Professores a receber três prêmios, em nível nacional e estadual, de gestão escolar e que foram concedidos pelo Conselho Nacional de Secretaria Educacional (CONSED), pela União Nacional de Dirigentes Municipais Educacionais (UNDIME), pela Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura para a Educação e Cultura (UNESCO) e pela Fundação Roberto Marinho. Esses prêmios são resultados do projeto de educação do estado do Rio de
Janeiro, chamado Nova Escola e que foi lançado pela SEE em 2000. Os avaliadores do programa Nova Escola consideraram, com base nesses critérios, a Escola Normal Carmela Dutra a instituição modelo e padrão, tendo ficado em 1º lugar nesse projeto. O projeto político-pedagógico da escola que, sob o ponto de vista social e comunitário, se destacou pelos seus dois grandes feitos: a Creche Fada Joaninha e o Carmelinha. É importante destacar que a Escola Normal Carmela Dutra tem alcançado essa notoriedade e até mesmo os prêmios citados muito mais pela ação dos sujeitos envolvidos e que construíram e reconstróem um presente que se volta para outros fins sociais, diferentes daqueles pensados inicialmente, e que vêm sendo legitimados socialmente. Esse é o papel que a Escola Normal Carmela Dutra parece ter assumido nos anos 90, contando com 230 professores, funcionando em três turnos e com quase 3000 alunos. 
A ENCD começou a funcionar em 1947 com a 1ª série do Curso Normal,  curso de Formação de Professores do Ensino Fundamental, de 1ª a 4ª série. Este curso era desenvolvido em três séries, funcionando basicamente a 1ª série, no primeiro turno do colégio; a 2ª série no segundo turno e a 3ª série, no terceiro turno. Até 1997 o acesso à escola era através de concurso público. A partir de uns anos foi abolido o concurso e o critério passou a ser ordem de chegada, jovens que morem o mais próximo da escola e oriundos de famílias pobres, com renda mínima comprovada. O Curso de Formação de Professores (CFP) tinha sua estrutura curricular originada dos Pareceres emitidos pela SEE. No ano de 1980 a grade curricular estava definida num total de 26 disciplinas e de 182 créditos. As disciplinas dividiam-se em Formação Geral (Núcleo comum) e Formação Especial (Instrumental e Profissional). A penúltima grade curricular que vigorou até o ano de 2000, foi com base no Parecer 144/97, onde divide as disciplinas em Formação Geral e Formação Profissionalizante. A última passou a vigorar no ano de 2001, considerando o Parecer nº 1/99 e a resolução 02/99 e que estabelece o curso a ser realizado em quatro anos., com disciplinas para uma Base Nacional Comum, disciplinas para uma Parte Diversificada e disciplinas de Formação Profissional e num total de 120 créditos. Nos dias atuais, o colégio Normal Carmela Dutra funciona em dois turnos, variando as séries e com duração de 3 anos, com uma grade curricular completa em período integral. Ainda possui alunos que estão completando a grade curricular entiga, completando os 4 anos este ano (2012), são últimos alunos de 4º ano.

Um comentário:

  1. onde eu encontro um documento oficial dizendo que realmente existiu uma matriz curricular de 4 anos ?

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